top of page

5 de nov. de 2021

PERGUNTA: Somos, acaso, vítimas do Destino? Temos alguma participação nas calamidades que nos assolam?

RESPOSTA: Como essa pergunta foi discutida acima, vou apresentar uma explicação resumida. Ninguém é vítima do Destino. Allah não destina os nossos atos; antes, Ele cria o que nós desejamos fazer. Os decretos do Destino ou vereditos estão baseados nas considerações do nosso livre arbítrio.

Somos diretamente responsáveis por tudo que acontece a nós. Se experimentamos o infortúnio é porque ou usamos mal o nosso livre arbítrio, ou porque, como aconteceu como os profetas, Allah deseja promover-nos a níveis mais altos. Por exemplo, o sol é absolutamente necessário e indispensável para a vida. Se nós ficarmos fora muito tempo e morrermos por insolação, podemos pôr a culpa no sol? Certamente que não, pois poderíamos ter ido para dentro ou termos tomado precauções suficientes. Da mesma forma, o nosso livre arbítrio (não Destino) é responsável por qualquer privação que aparecer no nosso caminho. Colocar a culpa no Destino somente piora a privação.

Para citar outro exemplo: Allah, Todo-Poderoso, criou-nos e nos concedeu certas faculdades ou poderes, um dos quais é o desejo. Se usarmos esse poder impropriamente e nos prejudicarmos, será por nossa única culpa. Allah nos concedeu esse poder para podermos reproduzir as espécies de maneira apropriada e sermos promovidos a um nível espiritual mais elevado por resistirmos aos nossos ilícitos instintos carnais. O mesmo acontecer com a raiva. Allah, Todo-Poderoso nos concedeu a raiva para podermos nos defender e à nossa religião e valores sociais, e não para ferirmos aos outros. Portanto, se um incontrolado ataque de nervos causa a morte de alguém, é por nossa culpa e não do Destino.

O Destino está relacionado tanto com a causa como com o efeito simultaneamente. Se julgarmos apenas considerando o efeito, geralmente cometemos erros. Por exemplo, se acusamos a um pai de ter agredido o filho quando ele está apenas tentando discipliná-lo porque ele ama o filho ou assim o filho se emenda e aprende como se portar devidamente, estaríamos cometendo erro contra o pai. Devemos considerar todas as informações pertinentes enquanto estamos julgando qualquer evento. Se não conseguirmos ver qualquer bem nele, devemos dizer a nós mesmos que o que Allah faz é bem feito quer seja no evento ou nas suas consequências, e nunca acusar o Destino. Esse é o significado do seguinte: “É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Allah sabe, e vós ignorais.” (2:216).

​ Em calamidades como tremores de terra ou inundações, Allah geralmente não escolhe entre o bom e o mau, ou entre o inocente e o culpado. Essas calamidades atingem a todos, pois fazem parte dos testes e provas preparadas para nós e servem ao Seu propósito. Porém, em retorno por suportarem essas calamidades, boas e inocentes pessoas receberão uma grande recompensa na Outra Vida. Também, deve ser frisado que algumas vezes Allah usa as calamidades para punir as pessoas, porque elas não tentam desfrutar do que é bom e prevenir contra o que é ruim. O que quer que Allah faz é o melhor e mais apropriado. Assim, devemos tentar ver a Sua Onisciência por trás das coisas boas que ele nos proporciona e o sofrimento que Ele nos submete.

bottom of page